Ian Cunha aponta que a aceleração por si só não é atributo de alta performance, mas sim de impulsividade. A verdadeira evolução executiva nasce quando a velocidade se alia à intencionalidade, transformando movimento em direção e ritmo em estratégia. Nesse contexto, ganha força um novo conceito de performance: a velocidade com propósito.
Em tempos em que empresas confundem rapidez com eficiência, líderes maduros passam a compreender que nem todo avanço é progresso. Pressão por velocidade sem clareza gera organizações cansadas, não organizações produtivas. O diferencial das estruturas inteligentes está na capacidade de manter ritmo constante, sem perder consciência, consistência e profundidade.
Velocidade inteligente é diferente de pressa corporativa
A pressa cria ruído, decisões precárias e equipes desgastadas. A velocidade inteligente surge quando existe clareza, foco e priorização. Ela exige maturidade para diminuir o ritmo quando necessário, e coragem para acelerá-lo com intenção. Nesse modelo, velocidade não é medida em tarefas concluídas, mas em decisões de alta qualidade e execução sustentável.

A velocidade com propósito funciona como bússola emocional e estratégica: orienta movimentos a partir do que realmente importa, e não do que apenas parece urgente.
Ritmo consciente: o novo ativo das lideranças
Líderes que pensam com consciência ampliada sabem que velocidade não pode ser apenas operacional, precisa ser cognitiva, emocional e estratégica. Eles protegem tempo para reflexão, evitam interrupções desnecessárias, valorizam o pensamento profundo e sabem filtrar urgências improdutivas. Dessa forma, constroem ambientes onde o ritmo acelera apenas quando está sustentado por alinhamento e clareza.
Uma organização que pensa bem, executa rápido.
Quando a velocidade destrói cultura
Acelerar sem propósito gera mais do que retrabalho: deteriora cultura. Conforme Ian Cunha, equipes que vivem sob pressão constante tendem a tomar decisões superficiais, agir com medo de errar e perder a capacidade de colaboração. Em vez de acelerar, essas empresas entram em espiral de desgaste cognitivo.
Velocidade com propósito, ao contrário, protege energia mental, fortalece conexão emocional e gera aderência estratégica. Ela preserva o coletivo, não apenas o cronograma.
Propósito como filtro de movimento
O propósito organizacional, além de orientar identidade, também funciona como filtro de velocidade. Ele ajuda a responder perguntas essenciais: “Devemos avançar agora?” ou “Estamos acelerando na direção correta?”. Quando o propósito está claro, decisões deixam de ser apenas rápidas e passam a ser certas.
A velocidade, nesse caso, é consequência — não ponto de partida.
O que muda quando o propósito dita o ritmo
Empresas com velocidade consciente:
- Reduzem retrabalho e desgaste emocional;
- Aumentam a eficiência do tempo executivo;
- Fomam decisões mais profundas e menos reativas;
- Fortalecem cultura de clareza e priorização;
- Aceleram com mais precisão e menos ruído.
Não se trata de desacelerar, mas de acelerar melhor.
A nova performance tem cadência
O tempo agora é a variável mais estratégica da liderança. Quem sabe regulá-lo, domina a execução. Quem sabe combinar ritmo e consciência, transforma velocidade em vantagem competitiva.
Como observa Ian Cunha, a verdadeira performance não está em quem corre mais depressa, mas em quem sabe onde, e por que, está correndo.
No mundo executivo que se desenha, velocidade com propósito será menos métrica de eficiência e mais prova de maturidade.
Autor: Ziezel Kaljar