A transição energética é um dos principais motores de transformação da economia global neste século. Segundo o administrador de empresas Fernando Trabach, ela não representa apenas uma mudança na matriz de geração de energia, mas uma oportunidade concreta de reconfigurar o mercado de trabalho, com a expansão dos chamados empregos verdes. Essa reestruturação aponta para um futuro mais sustentável, tanto no aspecto ambiental quanto no social e econômico.
Com a substituição gradual dos combustíveis fósseis por fontes renováveis e a digitalização dos sistemas energéticos, novas ocupações têm surgido em áreas como energia solar, eólica, eficiência energética, mobilidade elétrica e gestão de resíduos. Esse movimento também exige requalificação da mão de obra e criação de políticas públicas capazes de garantir uma transição justa e inclusiva.
O que são empregos verdes e como surgem na transição energética?
Empregos verdes são todas as ocupações que contribuem, de forma direta ou indireta, para a preservação ou restauração do meio ambiente. No contexto da transição energética, eles estão relacionados à produção de energia limpa, ao uso eficiente dos recursos naturais e à redução das emissões de carbono.

Fernando Trabach destaca que esses empregos podem estar presentes em toda a cadeia de valor da energia: desde a fabricação de painéis solares, turbinas e baterias até a instalação, manutenção e operação de sistemas renováveis. Também incluem funções administrativas, técnicas e de pesquisa, que apoiam o desenvolvimento de soluções sustentáveis em diferentes setores da economia.
Setores que mais impulsionam os empregos verdes
A energia solar é, atualmente, um dos principais vetores da geração de empregos verdes no Brasil e no mundo. A instalação de sistemas fotovoltaicos exige mão de obra qualificada em diversas etapas, como projeto técnico, montagem, manutenção e atendimento ao cliente. Além disso, movimenta outros setores, como o de transportes, comércio e logística.
Outro setor relevante é o da energia eólica, que também demanda profissionais especializados em engenharia, operação de equipamentos e segurança do trabalho em altura. As usinas de biomassa, pequenas centrais hidrelétricas e sistemas de cogeração completam o panorama das energias renováveis com grande potencial empregador.
De acordo com Fernando Trabach, além da geração direta de empregos, há um efeito multiplicador nas regiões onde esses projetos se instalam, promovendo desenvolvimento local, aumento da renda e fixação de profissionais qualificados no interior do país.
Capacitação e formação: pilares para sustentar a expansão
A rápida evolução tecnológica do setor energético exige uma força de trabalho preparada para novos desafios. Investir em capacitação profissional, cursos técnicos e programas de qualificação é fundamental para atender à crescente demanda por mão de obra especializada.
Iniciativas públicas e privadas já têm se mobilizado para oferecer treinamentos voltados à energia renovável, mobilidade elétrica, construção sustentável e gestão ambiental. Segundo Fernando Trabach, é essencial que esses programas contemplem também a inclusão de grupos historicamente marginalizados, como jovens de baixa renda, mulheres e trabalhadores em transição de setores tradicionais.
A formação de profissionais alinhados com os princípios da sustentabilidade garante não apenas a qualidade dos serviços, mas também fortalece o compromisso social da transição energética.
Transição justa: promovendo inclusão e equidade no processo
Embora a transição energética represente uma oportunidade de crescimento, ela também traz riscos de exclusão para trabalhadores de setores em declínio, como petróleo, carvão e indústrias de alta emissão. Para mitigar esses impactos, é necessário adotar políticas de transição justa, que assegurem apoio aos profissionais afetados.
Isso inclui desde pacotes de reconversão profissional até incentivos fiscais e linhas de crédito para pequenas empresas que migram para modelos sustentáveis. Fernando Trabach ressalta que a inclusão deve ser um princípio orientador da nova economia verde, com foco em justiça social e distribuição equilibrada dos benefícios.
A experiência internacional mostra que países que planejam de forma integrada a transição conseguem não apenas reduzir desigualdades, mas também fortalecer a resiliência econômica frente às mudanças climáticas e tecnológicas.
Perspectivas para o futuro dos empregos verdes
As projeções de organismos internacionais indicam que, até 2030, a transição energética poderá criar milhões de empregos verdes em todo o mundo. No Brasil, o potencial é especialmente alto, graças à abundância de recursos naturais, ao clima favorável para energia solar e eólica e à capacidade de inovação da indústria nacional.
Com investimentos certos, regulamentação eficiente e articulação entre setor público e privado, o país pode se posicionar como um líder na geração de empregos sustentáveis. Conforme aponta Fernando Trabach, essa é uma chance única de alinhar crescimento econômico à preservação ambiental, com impactos positivos duradouros para toda a sociedade.
A transição energética, portanto, não é apenas uma questão técnica ou ambiental. Ela representa uma mudança de paradigma na forma como produzimos, consumimos e trabalhamos. Os empregos verdes são o retrato mais claro dessa nova era, em que sustentabilidade, inovação e inclusão caminham lado a lado.
Autor: Ziezel Kaljar