A indústria automobilística acelerou a produção em maio. Foram produzidos 227,9 mil veículos, num crescimento de 10,7% na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, o incremento no ritmo das linhas aconteceu porque as montadoras quiseram se preparar e ter mais veículos para atender ao aumento de demanda que ele espera que aconteça em consequência do programa de incentivos fiscais anunciado pelo governo na segunda-feira.
O aumento de produção se concentrou em automóveis e comerciais leves, com avanço de 15,1%.
A indústria de caminhões, no entanto, continua operando com grande ociosidade. A produção em maio (8,3 mil unidades) representou queda de 39,8%. Em ônibus, a queda foi de 35,4% (1,9 mil unidades). As montadoras de caminhões e ônibus ainda enfrentam a retração do frotista, que antecipou compras em 2022, sabendo que os preços dos veículos subiriam este ano em decorrência da necessidade de incluir equipamentos para atender à nova lei de emissões (Euro 6).
Segundo Leite, três montadoras cancelaram acordos de “lay-off” (suspensão temporária dos contratos de trabalho de parte dos funcionários) para acelerar a produção na expectativa de aumento de vendas a partir dos descontos decorrentes do novo programa.
O nível de estoques também subiu com a retração do consumidor no fim do mês. Segundo a Anfavea, o volume aumentou de 206 mil para 251,2 mil veículos. O volume é suficiente para 43 dias de vendas. Um mês atrás o estoque atendia 35 de vendas.
Segundo Leite, dos 251,2 mil veículos estocados, 112 mil se enquadram na MP 1175/23, que regulamentou a concessão de créditos tributários para as montadoras.
Exportação cai 3,7% em maio para 44,3 mil veículos
A retração de mercados como Chile e Colômbia continuam a provocar queda nas exportações de veículos produzidos no Brasil. Com 44,3 mil unidades, a venda ao exterior caiu 3,7% em maio na comparação com o mesmo mês de 2022.
De janeiro a maio, foram embarcados 190,6 mil veículos, uma queda de 4,2%. A receita, no entanto cresceu. Atingiu aumento de 12,9% em maio (US$ 1,06 bilhão) e 22,4% no acumulado do ano, num total de US$ 4,74 bilhões.
O nível de emprego no setor também registrou queda no mês passado. Com 100,1 mil funcionários, o números de postos de trabalho na indústria automobilística caiu 1,1% em 12 meses.