O registro de pacto antenupcial é um procedimento indispensável quando os noivos optam por regimes de bens diferentes do regime legal, que é a comunhão parcial. No caso específico da cláusula de separação, o pacto formaliza a escolha de que os bens adquiridos antes e durante o casamento permanecerão individualizados. Segundo o Dr. Kelsem Ricardo Rios Lima, especialista em registros públicos, o registro garante validade perante terceiros e segurança jurídica para o casal.
Registro de pacto antenupcial e sua finalidade
O registro de pacto antenupcial tem como objetivo dar publicidade à escolha feita pelos cônjuges em relação ao regime de bens. De acordo com o Dr. Kelsem Ricardo Rios Lima, sem o registro no Cartório de Registro de Imóveis do domicílio dos noivos, o pacto não produz efeitos contra terceiros. Isso significa que, para além da celebração da escritura pública no tabelionato de notas, é essencial que o pacto seja registrado para ter plena eficácia jurídica.
Cláusula de separação de bens
A cláusula de separação, quando incluída no pacto antenupcial, define que cada cônjuge manterá a administração e a propriedade exclusiva de seus bens, sem comunicação patrimonial. Esse regime pode ser escolhido por vontade das partes (separação convencional) ou imposto por lei em determinadas situações, como no casamento de maiores de 70 anos ou de pessoas que dependam de suprimento judicial. A formalização em escritura pública e seu registro garantem clareza e evitam litígios futuros.
Etapas para a lavratura do pacto
O processo se inicia no tabelionato de notas, onde o casal declara sua vontade e firma a escritura pública. Em seguida, o documento precisa ser levado ao Cartório de Registro Civil, sendo mencionado no assento de casamento. O passo final é o registro de pacto antenupcial no Cartório de Registro de Imóveis, conferindo eficácia erga omnes, isto é, contra qualquer interessado que venha a se relacionar juridicamente com os cônjuges.
Documentos necessários
Para lavrar o pacto, os noivos devem apresentar documentos pessoais, certidões de nascimento ou de casamento (se divorciados), e, quando houver, informações sobre bens que desejam destacar. O tabelião verifica a capacidade das partes e registra a manifestação de vontade. Conforme explica o Dr. Kelsem Ricardo Rios Lima, a correta instrução documental é fundamental para que o pacto seja lavrado sem pendências e possa ser registrado posteriormente de forma célere.

Importância do registro em cartório de imóveis
O pacto antenupcial só produz efeitos perante terceiros após o registro. Isso significa que credores, compradores e demais interessados em negócios jurídicos envolvendo os cônjuges terão conhecimento do regime de bens adotado. O registro de pacto antenupcial confere transparência às relações patrimoniais e evita questionamentos sobre a titularidade ou a administração de bens.
Impactos da cláusula de separação
A cláusula de separação afasta a comunicação patrimonial, mesmo em relação a bens adquiridos onerosamente durante o casamento. Cada cônjuge permanece proprietário exclusivo do que adquirir, podendo administrar e dispor de seus bens livremente. Esse regime garante maior autonomia, mas também exige maior atenção dos noivos quanto à organização financeira. Além disso, em caso de dissolução do casamento, não há partilha de bens, o que pode agilizar o processo e reduzir conflitos.
Considerações práticas
O registro de pacto antenupcial com cláusula de separação é comum entre casais que desejam preservar patrimônios individuais, especialmente quando há empresas familiares, heranças ou planejamento sucessório envolvido. Também é recomendado em casos de casamentos em idade avançada ou em segundas uniões, em que a intenção é manter o patrimônio já consolidado separado. Como observa o Dr. Kelsem Ricardo Rios Lima, a escolha deve ser consciente e precedida de orientação jurídica, pois o regime de bens impacta diretamente nas relações patrimoniais futuras.
Considerações finais
O registro de pacto antenupcial com cláusula de separação garante segurança jurídica e transparência para o casal e terceiros. Ele assegura que a vontade das partes seja respeitada, preserva patrimônios e evita litígios em caso de dissolução da união. Seguir todas as etapas legais, desde a escritura pública até o registro no cartório competente, é essencial para que o pacto produza seus efeitos de forma plena e indiscutível.
Autor: Ziezel Kaljar